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03/10/2019

Do zero aos 42.195m

Fala corredor, Maratona

Por Frederico Moura

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No final de 2017, depois de ter concluído minha primeira Volta Internacional da Pampulha, fui convidado a contar um pouco da minha história na corrida no blog da BHRace.

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Após minha primeira VIP, em dezembro de 2017.

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Resumindo em poucas palavras, tinha tido já algumas experiências na corrida, mas foi em junho de 2016 que realmente comecei a me dedicar com o comprometimento necessário.

Tudo estava andando muito bem e meu objetivo em 2018 era correr uma prova fora de BH, então fiz minha inscrição para Meia Maratona do Rio e, como grande parte dos atletas que vão evoluindo na corrida, começar a pensar em uma Maratona. Parecia tudo perfeito, tudo já programado e era a hora de fazer acontecer.

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MOMENTO DIFÍCIL

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Na época meu objetivo era perder peso e melhorar de uma forma geral o meu condicionamento físico. Fui gostando de toda atmosfera que envolve a corrida e em um ano e meio cumpri todos os objetivos que tracei. Evolui nas distâncias, fiz provas de 5km, 10km, 21km e fechei o ano com a prova de 18km com o ritmo que para mim era impensável, corri a prova em 1h 29min 21s (pace de 4’57”/km).

No entanto, o ano de 2018 não foi como programado. Logo no início do ano tive uma grande perda, meu pai, que sempre foi um grande entusiasta das minhas conquistas, faleceu e então as coisas pareciam não fazer mais nenhum sentido para mim.

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DIFICULDADE PARA TREINAR

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Os treinos não encaixavam, nada me motivava, comecei a perder treinos e pensei algumas vezes em até abandonar a corrida, mas tentava encontrar ali a motivação para superar essa fase.

Mesmo sem treinar direito fui para o Rio, e, como esperado, o resultado foi muito abaixo do que eu queria. Nessa hora entendi que tinha novamente que voltar a treinar se quisesse continuar no esporte, coloquei então o objetivo de correr bem os 21km na Asics Golden Run BH em setembro.

Voltei a fazer bons treinos e estava tudo certo para fazer minha melhor meia maratona. Comecei a prova bem, até o km 15 o ritmo de 4’55”/km estava encaixado; a partir daí fui perdendo rendimento, tendo que parar algumas vezes. Consegui concluir a prova, mas sem o almejado recorde pessoal. De novo entrei em um período de falta de motivação e o objetivo era ir para Pampulha apenas para fechar o ano e pensar em 2019, fiz a prova em um ritmo controlado e fechei em 1h 37min 24s, longe do tempo da prova de 2017.

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ANO NOVO

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Hora de pensar nos objetivos de 2019. Conversei muito sobre tudo que estava acontecendo com o meu treinador Sidnei, que me acompanha na BHRace há mais de 3 anos.

Comecei o ano com o objetivo de retomar a rotina dos treinos, buscar novamente a motivação. Foi aí que o apoio do Sidnei e da BHRace fez toda a diferença, me fizeram entender que para voltar a correr bem tinha que recomeçar, entender que o ritmo que já tive um dia não era mais uma realidade.

Coloquei os treinos de corrida novamente na minha rotina, encontrei o meu horário de treino, comecei a treinar às 5h 30min da manhã. Desde então podia acontecer o que fosse que o treino programado era sagrado, e assim foi, desde o início do ano não perdi mais nenhum treino.

Além disso, com a rotina de acordar cedo, incluí o reforço muscular, também logo no início do dia, alternado com os dias de treinos de corrida.

Com os treinos encaixados agora era a hora de tentar colher novamente os resultados e programar as provas de 2019. Coloquei como meta fazer minha meia maratona mais rápida na Meia Maratona de BH, mesmo com a temida subida do zoológico. Também fiz a inscrição para o sorteio da Maratona de Nova Iorque, e, se fosse sorteado, era a hora de estrear nessa distância.

Não fui sorteado para Nova Iorque, mas já estava com o desafio na cabeça, então decidi ir para Buenos Aires. Já tinham vários atletas BHRace indo para prova, e ali parecia a oportunidade perfeita para estrear nos 42.195m.

Veio a Meia Maratona de BH em junho, fechei em 1h 45min 23s, com o recorde pessoal programado. Logo após a prova iniciaram os treinos para a estreia na Maratona. Foram quatro meses de dedicação preparando para o grande dia.

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Com a medalha da 10ª Meia Maratona Internacional de Belo Horizonte, em 2019, feita em 1h45min23s.

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CADA DETALHE FAZ MUITA DIFERENÇA

O ciclo de treinamento mostrou que cada detalhe faz diferença no desempenho: alimentação, descanso, sono, nada pode ser negligenciado. Os treinos iam evoluindo, alguns melhores, outros nem tanto, mas tudo era aprendizado para o dia da prova, pois, afinal, o maior treino seria o simbólico 36 km, duas voltas completas na Lagoa da Pampulha, não correria os 42 km antes do dia da prova.

Ciclo de treino concluído, hora de ir para o desafio. Viagem para Buenos Aires com um clima que motivava todos em volta, vários corredores no voo, a cidade respirando o clima da maratona.

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Na retirada de kits para a Maratona de Buenos Aires, prova com Selo Bronze da IAAF.

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Amigos da BHRace reunidos, todos na mesma energia. Veio uma gripe inesperada, na sexta estava com o nariz congestionado e dor de cabeça, mas não podia deixar passar aquele momento, me cuidei até o dia da prova.

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O GRANDE DIA

No domingo as condições não eram ideais como eu tinha programado, mas a vontade de colocar todo o treinamento em prática era maior. Foram 3h 47min 23s de concentração colocando em prática todos os aprendizados dos treinamentos, objetivo alcançado.

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Resultado oficial da primeira maratona, com ritmo médio de 5’27″/km

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Agradeço à minha família que me apoiou durante todos os momentos, em especial toda a paciência e apoio incondicional da minha esposa e filhos, aos amigos da BHRace e todos que de alguma maneira torceram e me acompanharam nesses mais de 3 anos de história até chegar a essa conquista.

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Com minha medalha após concluir a Maratona de Buenos Aires.

Hoje posso dizer, sou um MARATONISTA!

FREDERICO MOURA

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Nica Bastos
Nica Bastos
4 anos atrás

Muito Top e motivador . Parabéns Fred valeu o esforço !!

Mariana Moura Abreu e Silva
Mariana Moura Abreu e Silva
4 anos atrás

Tenho muito orgulho do meu primo Frederico. Sei o quanto foi difícil para todos, mas em especial para ele a perda do Tio Luiz e ele encontrou motivo e com apoio de toda sua família chegou onde chegou ! Parabéns primo ! Você é uma inspiração para todos. Beijos e siga em frente !

Kristiano Henry
Kristiano Henry
4 anos atrás

Foi show, Fred. A corrida de rua é um esporte espetacular. Valeu pela parceria, incentivos e conselhos. O GU de chocolate vai ficar na história..rsrs…E que venham os próximos desafios!

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