Por Polyane Figueiredo.
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Eu sempre achei que, na vida, a gente precisa viver muito mais do que simplesmente existir. Temos que fazer parte daquele 1% que sai da rota padrão da vida.
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Por isso, aos 24 anos, fui para Moçambique em uma experiência que mudou minha vida. Aos 36 resolvi correr uma maratona. A Maratona de Berlim foi a escolhida para consagrar este grande desafio!
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Minha preparação foi diferente: corri pra viajar e viajei pra correr. Escolhi oito desafios para treinar.
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Os quatro primeiros foram nos 21km: Boníssima Run (em BH), Intn’l Marathon Varadero (em Cuba), Meia Internacional da Cidade de São Paulo (em SP) e a Meia das Cataratas (em Foz do Iguaçu). Me consagrei nas meias maratonas rsrs.
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Em junho, em Porto Alegre, senti que o ciclo oficialmente começou e os 26km foram lindos! Depois veio a Hoka Speed Run em São Paulo… 30km: foi a primeira vez que comecei a correr com dor. Ela começou no dia anterior, e dali pra frente isso se tornou rotina. O diagnóstico? Fratura por stress nas duas canelas.
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Um tempo parada para tentar recuperar, confusa e chegou a prova em Blumenau. Eu cresci muito nessa corrida: um trabalho mental forte pra chegar aos 32km e andar os próximos 10km (essa prova é meu xodó, no regulamento a primeira maratona).
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Mais duas semanas parada, treinos com dores e veio Floripa: o longão desafiador de 36km. Nessa corrida eu errei feio, não me concentrei e quebrei no km 23. Não consegui administrar bem, os últimos 6km foram mancando como em alguns treinos, mas persisti em complatar os 36km e andei até os 42k (no regulamento, a segunda maratona).
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Foi só no último longão, no meu local habitual de treino, a Lagoa Seca do Belvedere, que eu consegui me tranquilizar e aceitar que a maratona seria bem diferente do que eu tinha planejado. E assim seguimos até o grande dia…
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Enfim, tem que TER CORAGEM!
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Tem que ter coragem para seguir uma rotina de treinos, tem que ter coragem para acordar as 4hr da manhã e fazer um longão sozinha no escuro, tem que ter coragem para sair de casa mancando e mesmo assim treinar, tem que ter coragem para escolher provas para treinar e terminar andando, tem que ter coragem para não abandonar os treinos com as dificuldades que aparecem no meio do caminho, tem que ter coragem para ver o desempenho cair e seguir em frente, tem que ter coragem para aceitar que o resultado da primeira maratona foi bem aquém do esperado mas mesmo assim se orgulhar muito dele!
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Essa maratona representa muito mais que os 42.195m. Reepresenta um ano que eu defini um plano e insistentemente persegui cada meta. Por isso cruzar a linha de chegada teve um sabor especial.
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Naprova, o que sobrou de pulmão faltou de perna (que incrivelmente não foi causada pela fratura por stress na duas canelas que me testou a paciência durantequase todo ciclode treinos), e não teve força de vontade que me fizesse ir mais rápido, algo que só encarei no km30 e só esqueci no km40, quando o tempo se reduziu à sua insignificância, as lágrimas se misturaram com um largo sorriso e cruzar a linha de chegada teve uma sensação de conquista e merecimento incrível, que eu nunca irei esquecer.
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Que eu continue vivendo, até porque tem que ter coragem pra começar a pensar em fazer isso tudo de novo!
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Parabéns Poly, você foi guerreira e não desistiu do seu sonho e alcançou seu objetivo TEM QUE TER CORAGEM!!! E você teve muito mais que isso…