Por Lucas Facundo e Pedro Sá.
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Existem diversos modelos de periodização do treinamento esportivo, com diversas nomenclaturas e diferentes modos de distribuição das cargas de treinamento. Porém, vale ressaltar que é muito comum em diversos modelos uma fase preparatória ou básica.
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No modelo de periodização proposto por Matveev, a fase básica compreenderia um grande volume de treinamento focado no desenvolvimento da resistência aeróbia de forma geral e também do treinamento de força. Esse período é considerado como a base de sustentação para o desenvolvimento das capacidades específicas, como a técnica e as intensidades específicas da sua prova.
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Assim, o objetivo é que o atleta chegue próximo à competição principal no pico de sua performance. Com isso, caso o seu treinador utilize de uma periodização com um período básico, a qualidade das adaptações geradas nesse período serão fundamentais para todo o seu progresso de treinamento.
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Segundo os pressupostos abordados anteriormente, nesse período haverá um considerável volume de treinamento, o que demandará do seu corpo uma excelente recuperação para se adaptar à carga e conseguir progredir. Com isso, você deverá se atentar aos meios de recuperação como a nutrição e o seu sono. Esse último será o foco desse texto.
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Diversos estudos já demonstraram o impacto do sono no desempenho dos atletas, demonstrando que a falta de sono pode impactar negativamente no desempenho de atletas de diferentes modalidades, tanto em aspectos como tomada de decisões, tempo de reação, coordenação e focando no período básico da periodização, na resistência e na força muscular.
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Um dos mecanismos que pode explicar essa diminuição do desempenho pode ser o desbalanço hormonal, com o aumento dos hormônios catabólicos (cortisol) e a diminuição de hormônios anabólicos, como o GH e a Testosterona. Esse desbalanço leva à diminuição da saúde muscular, provocando a sua atrofia e consequente diminuição de desempenho. Reforçando, esse desequilíbrio também pode levar a lesões músculo esqueléticas.
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Por outro lado, intervenções com o aumento da duração de sono, ou comparando momentos com menor duração de sono, já demonstraram que quanto maior a duração do sono, maior o desempenho de atletas de alto rendimento. Foi demonstrado em diversos estudos o aumento da capacidade aeróbica, velocidade e força através do aumento do tempo de sono dos voluntários.
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Um ponto importante é que o sono pode ser aumentado não só em sua fase noturna, mas também através de cochilos. Esse último que pode te auxiliar a “recompensar” noites mal dormidas. Porém, temos algumas ressalvas em relação aos cochilos, pois não se sabe a capacidade dos mesmos de agir na liberação de hormônios, que são prioritariamente excretados durante o sono noturno.
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Agora, fica a pergunta, em um período em que você deve ter o máximo de desempenho físico, como você dorme? Você se atenta a essa variável de recuperação?
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Nunca deixe o sono em segundo plano, pois além do papel esportivo, o sono garante a sua saúde geral, fortalecendo o seu sistema imunológico e atuando em sua saúde mental, tão importante em períodos como o atual. Também, não se esqueça que a recomendação de sono, para a população giram em torno de 7:30-8 horas, mas para atletas, as recomendações podem exceder às 9 horas. Se programe para que possa dormir o máximo o possível e garantir o seu melhor desempenho!
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Caso tenha dúvidas ou queixas de sono, nunca deixe de consultar o seu treinador, com essas informações ele poderá modular o seu treinamento e periodização para que possa atingir o seu máximo desempenho da forma mais segura possível.
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Lucas Facundo
Mestrando em Ciências do Esporte e membro pesquisador do Centro de Estudos em Psicobiologia e Exercícios.
Pedro Sá
Treinador BHRace, especialista em corrida de rua.
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