Por Hercília Guedes.

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Quero começar esta história com palavras simples: mulheres, façam o autoexame, consultem bons médicos, cuidem da saúde mental, adotem uma alimentação saudável, cultivem amizades positivas e pratiquem exercícios físicos.

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Quando comecei a correr em 2018, meu principal objetivo era perder peso. Consegui atingir esse objetivo, mas logo percebi que a corrida oferecia muito mais do que isso. Ela me proporcionou amizades incríveis, sorrisos encantadores, viagens memoráveis, festas animadas, longões inesquecíveis.

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A disciplina dos treinos e os momentos agradáveis de convivência me direcionaram naturalmente para o que sou hoje. Assim, decidi compartilhar este capítulo da minha vida como uma forma de encerrá-lo e contribuir para conscientizar as mulheres.

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Aos 34 anos, no final de 2022, eu encarei um diagnóstico de câncer de mama. Foi um período repleto de exames e procedimentos médicos, mas também foi um tempo de aprendizado, coragem e demonstrações de fé que acabaram se tornando um verdadeiro milagre.

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(E aqui quero frisar a importância de conhecer o próprio corpo, de estar atenta a qualquer sinal e de confiar em médicos competentes desde o início)

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Agora, estou cheia de gratidão. Tudo isso faz parte do passado, e as feridas, tanto na pele quanto na alma, estão cicatrizando.

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Eu, que sempre encarei o mundo de forma positiva, me vi em uma batalha que não cabia mais em um simples sorriso. Hoje, estou pronta para compartilhar essa jornada com o mundo, transmitir essa graça e aproveitar a vida ao máximo.

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Após o diagnóstico, fiz muitas perguntas à minha médica, e a primeira delas foi: “Ainda posso correr a Volta da Pampulha este ano?”. A resposta positiva me deu ânimo para continuar com os treinos, apesar do medo.

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Mesmo com a cabeça cheia de preocupações e enfrentando o maior medo da minha vida, participei da Volta da Pampulha. “Quebrei”, mas terminei. Essa foi a última atividade física que fiz antes de iniciar a maratona da minha vida.

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Naquele momento, meu foco mudou. Eu precisava correr contra o tempo e lutar com todas as minhas forças. Foram muitas decisões difíceis e um apoio incondicional da minha família e amigos.

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Muitas coisas aconteceram, muitos desafios surgiram e muita luta foi travada, mas, após quase seis meses de pausa, finalmente recebi a liberação para voltar a correr.

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Lembro-me como se fosse hoje do dia em que estava subindo as escadas da academia e recebi uma notificação do aplicativo da BHRace, com meus treinos lançados. Aquele treino Estabilizador 5×4’ foi o estalo que minha vida precisava. Foi um grito de esperança e fé que mudou completamente minha perspectiva. Entendi que, além da minha busca por uma transformação radical após a cura, cada pessoa tem seu próprio processo, sua própria forma de enfrentar os desafios e seu próprio caminho.

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Mas a corrida, sim, ela me tirou completamente de um lugar escuro que nunca mais desejei visitar. Não existe medicamento no mundo que possa proporcionar a mesma satisfação de completar um treino. A partir desse momento, entendi que a corrida era o remédio que minha alma precisava.

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Quero expressar minha gratidão à equipe da BHRace, que sempre esteve ao meu lado, e, em especial, ao meu “Teacher” Sidnei, que levantou minha cabeça naqueles momentos que precisei.

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Para concluir, agradeço a cada pessoa que me ajudou nessa jornada. Vocês sabem quem são e são merecedores de toda a minha gratidão. Vocês fizeram muito mais do que eu poderia ter sonhado.

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Agradeço a Deus por ter colocado essas pessoas incríveis na minha vida e a mim mesma por ter sido forte, firme e assertiva em cada uma das escolhas, fiel ao que acredito.

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Deixo aqui meu relato e apelo a todos que cuidem mais de si mesmos, observem seus corpos e estejam plenamente presentes em suas vidas. O auto-exame salvou a minha vida e pode salvar a de muitas outras mulheres.

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Com carinho, Hercília.