Correr como desafio, correr como hobbie, correr.
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Correr por saúde, correr por correr, correr por amizade, correr para sair correndo naquela vontade que o tédio traz.
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Correr no seu ritmo, correr sorrindo… correr no seu tempo… alento, ainda que com dor.
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Correr mais que o suor gélido que pinga no asfalto quente e evapora aquele segundo da memória. É preciso esquecer na memória do corpo o passo dado e centrar-se no movimento do passo de momento.
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Correr como respiro de vida, correr como resgate de si.
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Correr de si mesmo não se corre, corre consigo mesmo e consegue! Consegue correr e fazer deste o lazer da saúde que rompe rotina e traz vida! Vida inventiva, vida movimentada, vida do próprio suor, vida que refresca a si mesmo frente ao fogo cotidiano dos dias difíceis.
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Correr, superação, super ação que move renovando.
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Não é só correr, é socorrer a existência que havia se entregada no estar parado, deitado, relaxando-se, entregando-se ao marasmo do engano. Engano de que o descanso é do corpo, correr é descanso da alma, do martírio de muito pensar. Erguer-se, ser maior que o sossego.
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Correr como sacode de saúde, correr como pode.
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Não é só correr, é fazer esporte com o simples de movimentar-se concentrando no objetivo de ser.
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Não é só correr, não é só, não é: é estar acompanhado da rua que parada faz o solo de impulso, da natureza que embeleza o quadro que se pinta sem moldura frente aos olhos das pessoas, é estar junto de amigos ou música, é estar levitando o que se deseja pagando o preço que é cobrado: o preço do tempo tirado, da roupa adequada, do ânimo resgatado.
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Se fosse só correr, a gente correria do correr e quando atiçarmo-nos pela coisa, estaríamos correndo. Não é só uma corrida, reflita: é movimento emaranhado de vida!
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Eduardo Lucas Andrade
Psicanalista, escritor e corredor BHRace.
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Muito lindo o texto. A vida corre e nós nos juntamos a ela! Parabéns Eduardo!!!