Eliud Kipchoge é o maior maratonista da atualidade e possui grandes conquistas no seu currículo que o qualificam como um dos melhores do seu tempo:
- Ouro na Maratona olímpica no Rio do Janeiro 2016
- 2:00:25 no experimento Nike Breaking2 na pista F1 Monza em Maio de 2017 (não qualificado como recorde pela Federação Internacional de Atletismo IAAF)
- Recorde mundial 2:01:39 alcançado na Maratona de Berlim (16 de setembro 2018).
Seu recorde pessoal anterior era de 2:03:05 em Londres.
O recorde mundial se mantinha desde 2014 em 2:02:57, pelo seu compatriota queniano Denis Kimetto.
Também vale destacar outro nome de peso em Maratonas, fazendo jus a Haile Gebrselassie, atleta etíope ex-recordista mundial de maratona com recordes entre 3000 m nas pistas até 42km.
Enfim, a quebra do recorde
Kipchoge reduziu em 78 segundos, maior redução de tempo numa prova, desde a marca da maratona batida pelo australiano Derek Clayton que tirou quase dois minutos e meio do recorde em 1967.
O “maestro” Kipchoge tinha uma explícita intenção de derrubar o recorde e está na sua melhor forma, tanto é que surpreendeu a todos informando que a primeira metade da prova desejava completar em 61 minutos enquanto seu rival Kipsang, em 61:30. Como Berlim mira forte em quebras de recordes, os pacers (coelhos) correram em dois pelotões para atender ao desejo dos dois atletas.
Kipchoge teve ao seu lado 3 pacers, sendo que o último suportou até o km 25. O atleta contava com suporte até km 30 e disse que com a saída do pacer, passou pela parte mais difícil deste desafio.
A vida não estava fácil para os pacers e nunca foi perto deste atleta, que em outros eventos já sinalizou e corrigiu-os quando não desempenhavam conforme esperado.
A prova foi dominada de ponta a ponta por Kipchoge, que fazia a maratona parecer um evento fácil pela fluidez, eficiência nos movimentos e sem demonstrar perda significativa na mecânica (pelo menos aos meus olhos leigos).
Ele mostrava até relaxamento quando esboçava sorrisos aos torcedores nos 42,195 km. Apenas nos últimos km, que o cansaço pareceu dar as caras, mas a força mental era tamanha que qualquer sinal de fadiga foi minimizado.
Veja as marcas e parciais a cada 5 km em parênteses:
- 5K – 14:24 (14:24) – ritmo 2:53/km
- 10K – 29:01 (14:37) – 2:55
- 15K – 43:38 (14:37) – 2:55
- 20K – 57:56 (14:18) – 2:52
- ½ Maratona – 1:01:06
- 25K – 1:12:24 (14:28) – 2:54
- 30K – 1:26:45 (14:21) – 2:52
- 35K – 1:41:01 (14:16) – 2:51
- 40K – 1:55:32 (14:31) – 2:54
- FINISH – 2:01:39 – ritmo médio 2:53
Segunda metade em 1:00:33, em split negativo, e ainda mais espetacular é que o tempo por km (ritmo) registrado não variou mais do que 4 segundos.
A temperatura não era das melhores, estava acima dos 5-10 graus, mas pelo menos não houve uma tempestade como 2017 para de fato naufragar a tentativa de recorde.
O melhor momento foi quando Kipchoge rompe a faixa na chegada balançando os braços e batendo no meio, correndo em direção ao treinador Patrick Sang.
Patrick Sang é um dos treinadores de longa distância mais bem sucedidos e também ex-atleta pela seleção do Quênia.
Ainda quando era ativo no meio profissional, já fazia coaching para outros atletas.
No evento em maio de 2017 do Breaking 2, o time de especialistas da Nike chegou a mapear o desempenho, rotina e preparação mental do atleta, chegando a conclusão que o atleta já é muito completo e dominante no que faz.
Ou seja, uma demonstração do belo trabalho de Sang e Kipchoge.
Relembrando as tentativas de recorde mundial
Kipchoge já tinha destaque nas Maratonas quando em 2015, um ano após recorde de Kimetto, ele terminou a prova com solas escapando para fora do pé. Sim, de longe elas pareciam asas, mas definitivamente o incidente não veio a ajudar
Em 2017, Kipchoge mandou 2:03:32 com clima chuvoso desfavorável e seus concorrentes (Bekele e Kipsang) desistiram da prova antes dos 30k. Ganhou a prova, porém se a conquista do recorde.
Incrível poder acompanhar de perto Kipchoge e segundo notícias, ele não para por aí e seus planos envolvem mais 3 Majors (podendo ser Tóquio, Londres, Boston, Berlim, Chiago e/ou Nova York) até a Maratona Olímpica em Tóquio.
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