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03/10/2009

Correr é grandioso

Coluna do treinador

homenscorrendo

Como vocês bem sabem, no último domingo participei da Meia Maratona das Pontes em São Paulo. Não fazia parte dos meus planos participar dessa prova, uma vez que no início de setembro já havia completado a Meia do Rio e precisava me recuperar melhor.

Mas por força da excelente feira sobre corrida que aconteceria na mesma dada, e pela oportunidade de percorrer trechos de uma das maiores cidades do mundo, não resisti à oportunidade.

Cheguei sábado à terra da garoa e fui direto para a casa do meu grande amigo paulista/japonês Fábio Hirayama, que sempre me recebe de braços abertos e com quem adoro ter boas conversas. Porém, nesse sábado, Fábio tinha compromissos durante quase todo o dia enquanto eu tinha a feira para explorar… Resumindo, não tivemos tempo para conversar sobre nada. À noite trocamos poucas palavras e fomos logo dormir, pois no dia seguinte 21km nos esperavam.

Acordamos cedo no domingo, café da manhã, carro, estacionamento, retirada do chip, largada… Comecei em ritmo leve, tentando ouvir meu corpo e ver como estava naquele dia. Já ia completar o primeiro quilômetro, quando o Fábio se aproximou e disse: “E aí Iuri, como está a vida!?”  Achei engraçadíssima sua pergunta naquele instante, no meio (ou melhor, no início) da prova. Por outro lado, não me surpreendi, pois fazia muito tempo que não nos víamos, não tínhamos uma de nossas típicas conversas e entendi que ele queria (por que não?) usar aquele período de mais ou menos 2 horas para colocarmos o papo em dia, já que não tivemos muito tempo até então.

Sem pensar duas vezes, comecei contando minhas novidades. Conversamos sobre tudo: temas profundos, casos engraçados, filmes, livros, reflexões filosóficas etc. Tudo que dois bons e velhos amigos que moram distantes têm para falar.

Pode parecer exagero, mas juro que quando me dei conta já estávamos no km 17 e meu corpo não mostrava nenhum sinal de cansaço.  Continuamos firmes… na conversa! No 20ºkm decidimos dar o “sprint” final, fazendo os últimos mil metros em impressionantes 4’12’’, o que comprovava o pouquíssimo desgaste tido durante a corrida.

Nosso tempo final: 2h14min… Com certeza meu “pior” tempo em uma meia maratona, assim como o do Fábio!

Imagino que muitos poderão pensar : “Que vergonha, um treinador de corrida fazer esse tempo em uma meia maratona!”

Gostaria que soubessem, como eu sei hoje, que corrida é muito mais que baixar tempo, bater recordes, treinar duro,  emagrecer, seguir rigorosamente a planilha e se pressionar sempre por bons resultados.

Correr é também conversar, ver paisagens, fazer ou rever amigos, meditar, sentir cheiros, rir, respirar, bronzear-se, escutar, refletir, tomar banho de chuva, pisar em folhas secas, sentir o sal do suor sobre a pele, matar a sede ou tirar a meia depois do treino.

Pequenos prazeres que constroem uma felicidade grande! Sem culpa, sem cobrança, sem estresse… Nem de longe trocaria minha excelente conversa com Fábio por um recorde pessoal nos 21km!

Foi dada a dica.

Forte abraço!

iuri_blog2

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