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09/03/2018

O que acontecerá com o seu corpo quando começar a correr

Fala corredor, Mulher

Um dia, como quem não quer nada, você respira fundo e se compromete com a frase: “Quero começar a correr!”.

Tênis, datas de provas, planilhas de treinos, teste de velocidade e muitas coisas técnicas vão dominar seus pensamentos e as abas do seu navegador de internet nesse começo.

Independente da sua motivação para abraçar a corrida de rua, uma coisa é fato: todos querem estar mais preparados para uma melhor performance, mesmo que isso seja chegar aos 5km pela primeira vez ou competir em uma ultra maratona sozinho.

A importância do equilíbrio

O mais interessante disso tudo é ver o quanto a gente busca por coisas externas para melhorar e claro, cada uma delas tem o seu valor. O exercício educativo, as técnicas de corrida, o melhor relógio, fortalecimento muscular, são essenciais. Mas tem algo fundamental, que está bem dentro de nós: nosso equilíbrio.

Sim, os exercícios de coordenação motora precisam fazer parte da sua rotina de alguma forma, mas aqui estou falando de outro tipo de equilíbrio, aquele entre o corpo e a mente. Um físico bem condicionado precisa de pensamentos positivos que o façam ir além. Com certeza você já ouviu falar que em determinado momento da prova “o corpo acaba e o que segura até a linha de chegada é a mente.”

O cérebro tem um papel fundamental na motivação e autoconfiança. É ele que faz a gente ir além dos nossos limites de resistência ou ficar na nossa zona de conforto.

Depois de 2 meias maratonas e uma prova de 18km em um intervalo de 6 meses, posso afirmar que isso é verdade. O mantra “só mais um km, só mais um km….” já faz parte do que eu sou, assim como o me entender como corredora de rua, apesar dos meus tempos serem o de uma pessoa comum.

Comecei a correr com o intuito de emagrecer, era o tal do número na balança que me motivava nos primeiros meses. Com o passar do tempo percebi o bem que aquilo me fazia. Perdi as contas de quantas vezes saí do trabalho sentindo o stress bater forte e terminei o treino uma nova pessoa (geralmente são nesses dias que faço meus melhores tempos!).

A mudança através da corrida

Notei meu corpo mudar com a corrida, mas notei o quanto esse esporte foi capaz de mudar quem eu sou, o que eu sinto e como eu encaro o mundo. Dois anos antes de começar a correr, tive um outro início na minha vida: uso de antidepressivos. Por várias vezes, tentei fazer o famoso “desmame”, parar deixar de tomar aos poucos e falhei. Só consegui quando minha médica falou que era fundamental que eu me comprometesse com alguma atividade física de forma constante. Por isso, precisava ser algo que eu amasse. Algumas semanas depois, fui atrás do correr para perder peso, participei da minha primeira corrida de rua e me apaixonei.

Ao pesquisar dados sobre a doença no Brasil, você pode ver que de acordo com um relatório recente da Organização Mundial da Saúde (OMS), o número de pessoas com depressão aumentou 18,4% na última década. E o Brasil é o país da América Latina em que a população mais sofre com o problema. Quase 12 milhões de brasileiros têm depressão, e outros 20 milhões sofrem de ansiedade – um dos fatores que podem gerar depressão.

O diagnóstico de cada caso deve ser feito de forma individualizada para saber exatamente como conduzir a melhor solução. De forma simplificada, a corrida libera diversos neurotransmissores responsáveis por aquela sensação de bem-estar e relaxamento. Com uma frequência aproximada de 3x por semana, já é possível sentir efeitos significativos e tentar, aos poucos e com acompanhamento médico, diminuir as doses da medicação.

Autoestima da corrida

O melhor disso tudo é que quanto mais você correr, mais você sentirá os benefícios. E se você acha que isso é pouco, experimente começar a correr para ver que seu contato com a natureza vai aumentar e o seu círculo social crescer (já se prepara pra participar do grupo de WhatsApp dos amigos de corrida).

Tem uma última coisa que começar a correr faz: quando a gente estabelece um objetivo, como correr os primeiros 5km e percebe que está chegando lá, sua autoestima também aumenta. Você vai pensar: “Se eu consegui encarar esses treinos, esse percurso, essa prova, eu sou capaz de tudo!”

E se tem uma coisa que nós, mulheres, estamos precisando é pegar a nossa autoestima e colocá-la em todas as áreas da vida, reconhecendo a responsabilidade pelo que é nosso. É certa a diferença salarial do mercado de trabalho? A cobrança na educação dos filhos em que “o pai que ajuda é um excelente pai” e a mãe que não consegue ir a uma reunião na escola ser considerada desleixada? Os prêmios das categorias femininas serem inferiores aos das masculinas? E a gente querer ir treinar na rua e ter medo por estar sozinha e sabe-se lá o que pode acontecer?

E sim, tudo isso tira a gente do equilíbrio e MUITO! Por isso, te convido a começar a correr, chame as suas amigas e acreditem no poder que a corrida tem na nossa busca de um mundo mais justo.

 

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